sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Handball 16: O pior jogo de esporte da história

Gráficos: Um jogo de PS3 com gráficos medíocres para o PS2. Sério, pelo menos uns 90% dos jogos de esporte disponíveis para o PS2 tem gráficos melhores. NBA Live 98 do PS1 daria uma aula de como ter representações fiéis de jogadores a este jogo.

Som: Há comentários em inglês, alemão e francês, mas os três são extremamente repetitivos. A música é esquecível. Os efeitos sonoros recebem uma nota 6.

Jogabilidade: Absolutamente horrível. L2, L3 e Select não têm função nenhuma no jogo. Mirar para o gol na hora do arremesso necessita fé antes de tudo, e errar completamente o gol após mirar um dos cantos é extremamente comum. NÃO EXISTE BOTÃO PARA PEGAR A BOLA DO CHÃO, e esta é uma situação que acontece pelo menos dez vezes a cada partida, com pelo menos nove e meia terminando na CPU recuperando a bola. Os arremessos especiais são complicados e um dos botões de defesa não faz nada a não ser deixar o jogador que você controla travado por dois ou três segundos. O botão de interceptar a bola (quadrado) nunca funciona.

IA: A CPU mais injusta de qualquer jogo, disparado:
  • Só existe um nível de dificuldade: absurdamente difícil. É impossível não perder após ficar três gols atrás no placar, é impossível marcar um tiro de sete metros sem fingir (e mais impossível ainda pegar um), e o goleiro da CPU, não importa os times envolvidos, está no nível Dominik Hasek na segunda metade da década de 90. A CPU joga como a seleção brasileira feminina que foi campeã mundial em 2013, enquanto seu time tem a mesma consciência tática de um time escolhido pelo professor de Educação Física numa aula para alunos da segunda série do ensino fundamental, NÃO IMPORTA OS TIMES ENVOLVIDOS. Você pode estar jogando com o campeão europeu, mas sofrerá pra empatar com o lanterna da segunda divisão de tal país.
  • O goleiro adversário praticamente lê o comando de arremesso, enquanto seu goleiro age como se fosse um cego tetraplégico com noventa anos de idade.
  • A CPU fará gols de todos os modos possíveis, enquanto você tem que se contentar com a jogada manjada de atacar em uma das pontas (isso quando dá certo). Se quer se aventurar pelo meio, irá se encontrar com praticamente a população da Índia inteira pra parar seu jogador.
  • O R3 serve para você desviar, mas sua efetividade para o jogador é quase nula, enquanto a CPU o usa com a elusividade de um Barry Sanders e a efetividade de um Shaq no garrafão.
  • Às vezes acontecem diarreias mentais por parte dos jogadores, que variam de passar a bola para o nada até tocar a animação de arremesso pro gol estando caindo e de costas para o gol, resultando em um lateral para seu adversário.
  • Para deixar isso ainda mais ofensivo, NÃO EXISTE MODO TUTORIAL, TREINO OU QUALQUER COISA QUE ENSINE DETALHADAMENTE O JOGADOR A FAZER AS COISAS DENTRO DO JOGO. O jogador é arremessado ao triturador de carne (e paciência) como um soldado soviético recém saído da academia militar era colocado pra lutar na Batalha de Stalingrado (e obviamente, durar pouquíssimo).

Física: Hilária no mínimo. Os jogadores caem ao entrar em contato com seus adversários como se tivessem levado um tiro de um lança-mísseis (como no dia em que meu irmão conseguiu morrer na base aérea do GTA 5 com um daqueles mísseis de derrubar avião - SÉRIO, ele apertou o triângulo pra sair do avião e já recebeu um míssil na fuça). A bola praticamente nunca acerta as traves, e quando se direciona ao chão (por exemplo, após uma defesa do goleiro), cai como um meteoro, parando imediatamente no chão, parecendo que pesa no mínimo cem quilos.

Wehrmacht soldier falling after being shot by a Soviet sniper, while a Red Army soldier try to kill a German lieutenant with a grenade. Stalingrad, 1942


Imersão: Nomes errados, falta de caracteres (a falta de licenças de alguns times não é algo a se comentar, se a EA se salva dessas mesmo com o título de jogo oficial da FIFA e tudo), regras e árbitros inconsistentes, nenhuma customização possível. A única possibilidade de se controlar o goleiro é com a bola na mão dele, sendo impossível dele participar na fase ofensiva do jogo. Pouquíssimas animações de movimento (como assim apenas três animações para defesa, sendo o bloqueio praticamente uma animação de um toco de basquete só que com as duas mãos?). Nenhuma estatística individual é registrada. Os únicos modos disponíveis são Amistoso, Temporada e Carreira (em que você faz seu jogador mas tem que controlar o time todo, estragando o significado do modo). As estratégias funcionam tanto quanto tentar acender uma fogueira no fundo de uma piscina. Há jogos de Fórmula 1 mais lentos que este jogo (sério que a visão de handebol deles é um NHL sem gelo e tacos?) e os jogadores têm a resistência física de um defunto.

O jogo é de handebol, mas a animação do cara de branco pode ser muito bem usada em um jogo de vôlei. Por falar nisso, cadê os jogos de vôlei?


Fator replay: Uma experiência de jogo tão agradável quanto cortar os próprios pulsos enquanto sua irmã é estuprada na sua frente.

Resumo: Uma ofensa ao esporte