segunda-feira, 2 de março de 2015

A Nissan errou na mão com seus pilotos?

A Nissan anunciou hoje os dois pilotos restantes para seu programa no WEC em 2015: os britânicos Max Chilton (ex-Marussia) e Alex Buncombe. Pesa a favor de Chilton sua reputação como um piloto confiável (completou todas as corridas em seu ano de estréia, em 2013), mas pesa contra o fato de que sua única experiência em endurance foi em 2007, compartilhando um LMP1 da Zytek com seu irmão Tom para os 1000km de Silverstone. Vale notar que Max tinha 16 anos nesta corrida. Quanto a Buncombe, é mais conhecido por seu trabalho como mentor dos pilotos da GT Academy, mas ele já demonstrou ser um piloto excelente. Mas Chilton, Buncombe, Marc Gené (único vencedor geral de Le Mans na equipe), Harry Tincknell (vencedor das 24 Horas de Le Mans na categoria LMP2 em 2014, chegou a testar um R18 com a Audi ano passado), Olivier Pla (considerado por muitos o melhor piloto na categoria LMP2), Michael Krumm (um ícone no Japão), os graduados da GT Academy Lucas Ordoñez e Jann Mardenborough, além do campeão do Super GT de 2014 Tsugio Matsuda, são o suficiente para encarar trios como os tricampeões de Le Mans Fässler/Lotterer/Tréluyer e os campeões mundiais de 2014 Buemi/Davidson, agora reforçados por Kazuki Nakajima, possivelmente o piloto mais rápido do WEC em 2014?

É uma equipe com jovens de muita qualidade e potencial, mas ainda inexperiente no geral. Somados, os nove pilotos da Nissan têm entre si 28 participações em Le Mans, enquanto, por exemplo, só o Porsche #18 (Neel Jani, Marc Lieb e Romain Dumas) tem 29 participações entre eles. A aposta da Nissan fica ainda mais alta quando se percebe que eles não promoveram nomes destacados de suas equipes no Super GT como Satoshi Motoyama (piloto da Nissan desde 1996), Ronnie Quintarelli (tricampeão do Super GT em 2011, 2012 e 2014), João Paulo de Oliveira (nove temporadas no Super GT, sempre em Nissans, quase contratado pela Audi em 2014), e Masataka Yanagida (campeão do Super GT na categoria GT500 em 2011-2012 e na GT300 em 2003 e 2010). E porque citar o Super GT? Porque vários pilotos do WEC já passaram por lá (Tréluyer, Lotterer, Duval, Nakajima, Makowiecki entre outros) e a categoria é conhecida como sendo uma ponte para os LMP1 (atualmente os GT500 são mais rápidos que os LMP2, por exemplo).

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